AUTO BRASIL: Mercado automotivo em adaptação à LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor em 18 de setembro deste ano (2020), trazendo novos desafios para empresas públicas e privadas, que terão de adequar suas práticas à nova legislação, que estabelece mudanças importantes na regulamentação da privacidade de dados. Os especialistas comemoram e afirmam que a LGPD fortalece os direitos fundamentais das pessoas na era digital.

No entanto, ela entrou em vigor em meio à turbulência provocada pela pandemia de Covid-19, em um momento em que as empresas administram uma crise sem precedentes. E hoje não apenas os players da cadeia automotiva estão em fase de adaptação, mas as organizações de todos os segmentos da economia.

As mudanças são visíveis: notícias na imprensa anunciam a criação de diretorias de compliance e LGPD nas montadoras, profissionais especializados são recrutados para a prestação de serviços e já se percebe algumas transformações. Os sites e redes sociais das fábricas pedem uma quantidade gigantesca de dados dos internautas.

Navegando em portais de várias marcas, constato que a maioria solicita muitos dados pessoais (nome, CPF, endereço completo, telefone), quando eu demonstro interesse em determinada promoção ou veículo. Isso não é novidade, o que mudou de setembro para cá é que muitas pedem que eu autorize a coleta, utilização e armazenamento dos meus dados pessoais, para publicidade, física ou digital, e para outras comunicações e contatos comerciais.

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A advogada Olívia Pimentel, especialista em Direito Digital e LGPD, afirma que as empresas, sejam elas do setor automotivo ou não, ainda estão se adequando às normas da nova lei. E ressalta: no que se refere à coleta de dados, ainda há exagero. Muitos dados pessoais são solicitados sem justificativa plausível para isso. Eu concordo e constato que há um longo caminho até as empresas se adequarem. Elas querem saber demais sobre nós.
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