Crie oportunidades onde outros enxergam crise

Por Núbia Cristina
A tecnologia vai eliminar sete milhões de empregos até 2021, diz estudo; desemprego atinge mais de 12 milhões de brasileiros; jovens sofrem mais com barreiras para entrar no mercado de trabalho.  Medo, insegurança, ansiedade, angústia, preocupação. Essas foram as respostas dos alunos do Polo Salvador da Universidade Tiradentes – UNIT para a pergunta: o que vocês sentem quando leem essas manchetes de jornal?

Ao aceitar o convite de Camila Jacobina, administradora e tutora dos cursos de Administração, Contábeis e RH, para uma palestra sobre carreira e empreendedorismo, que aconteceu ontem, lembrei da palavra crise em chinês, que é formada por dois ideogramas, um significa perigo, ameaça, o outro oportunidade. Fui nessa linha durante todo o bate-papo. E junto comigo os estudantes pensaram como poderiam se preparar para transformar ameaças em oportunidades.

O convite foi para que depois da compreensão do cenário econômico brasileiro e global, com seus desafios e queda nas vagas de emprego formal, eles olhassem para seus valores e talentos, pensando, criativamente, como podem construir uma carreira de sucesso nesse cenário adverso.

Percebi silêncio e timidez para falar dos talentos e valores. Poucos tiveram a coragem de assumir que eram bons nisso ou naquilo, que tinham esses ou aqueles valores. Os que conseguiam reconhecer seus talentos e habilidades já tinham perfil empreendedor, eram sócios de pequenos negócios ou profissionais liberais, prestadores de serviços. Mas por que isso? Por que tanta dificuldade para reconhecer nossos méritos, por que a autovalorização é confundida com exibicionismo?

Comentei com eles que na escola, na faculdade, no ambiente de trabalho e mesmo na família há mais crítica que elogios. E quando crianças nós não somos estimulados a reconhecer nossas qualidades, crescemos com ideia errada do que é humildade. Animados, começaram a falar do que gostam de fazer, de habilidades e competências, contaram experiências bem-sucedidas que tiveram e logo foi fácil reconhecer que aquela turma tinha muitos, muitos valores.

Tecnologia abre espaço para novas profissões; cresce o número de jovens empreendedores no Brasil. Enfim começamos a avaliar as notícias positivas e os alunos foram percebendo que há oportunidades na economia criativa, na área social, que o avanço da tecnologia gera demandas que precisam ser atendidas.

Na primeira revolução industrial, achava-se que as máquinas iam substituir o trabalho humano, não foi bem assim. O uso da inteligência artificial e da nanotecnologia, as evoluções da genética e da robótica não irão eliminar o trabalho humano. As mudanças são drásticas e temos de nos reinventar. Não dá mais pra parar de estudar e ficar desatualizado, mas há luz no fim do túnel. E essa luz passa pelo reconhecimento de nossos valores e talentos.
 
Núbia Cristina, 06.DEZEMBRO.2018 | Postado em Notícias
  • 1
Exibindo 1 de 1

Carregando...