Especialistas debatem desafios econômicos no cenário pós-pandemia

O Sebrae Bahia realizou na tarde desta terça-feira (4) a conferência online “Diálogos Empresariais”. O evento reuniu especialistas para debater os desafios econômicos no cenário pós-pandemia e os conteúdos apresentados vão subsidiar o planejamento estratégico do Sebrae Bahia para o ano de 2021.

O superintendente da instituição, Jorge Khoury, destacou a importância de buscar o diálogo empresarial num período de muitas incertezas. “Precisamos estar atentos a tudo aquilo que possa vir a acontecer e de que formas podemos superar as dificuldades futuras na busca do desenvolvimento que desejamos”, pontuou.

A conferência teve mediação do professor e conselheiro do Sebrae Bahia, Horácio Hastenreiter. O analista de Acesso a Crédito do Sebrae Nacional, Giovanni Beviláquia, destacou que não se pode falar em economia brasileira sem falar das micro e pequenas empresas. “Não estamos falando de um segmento à parte da economia, mas sim de 99% de todas as empresas do país, que respondem por 1/3 do PIB e metade dos postos de trabalho”, afirmou.

Em meio à crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, ele comentou a dificuldade dos pequenos negócios em acessarem crédito. “As micro e pequenas empresas sempre tiveram mais dificuldade de acesso a crédito. As pesquisas realizadas pelo Sebrae nesse período mostraram que essa dificuldade persiste: 46% dos empresários buscaram crédito e apenas 18% conseguiram”, disse.

Desde o início da pandemia, os donos de pequenos negócios sempre apontavam o crédito como uma alternativa para obterem mais fôlego e sobreviver à crise. Nesse contexto, Edivan Mirando, da Secretaria de Modernização do Estado do governo federal, citou outras possibilidades para obter recursos além do sistema bancário tradicional.

Mirando falou que os empresários podem buscar fintechs, cooperativas de crédito e as Empresas Simples de Crédito. “Hoje, 80% dos pequenos negócios buscam crédito nos cinco principais bancos do Brasil, enquanto temos disponíveis 30 fintechs, 900 cooperativas de crédito e 600 Empresas Simples de Crédito”, afirmou, acrescentando iniciativas com taxas de juros diferenciadas e com foco em garantias, como o Pronampe e o Fampe, fruto de convênio entre Caixa e Sebrae.

Professora do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), a economista Juliana Inhasz traçou um panorama do cenário anterior a pandemia, os impactos da crise e as projeções para o próximo ano. Ela ressaltou, no entanto, que existe dificuldade em falar sobre cenários diante de um momento de tanta incerteza.

Juliana explicou que a previsão para 2021 é uma recuperação ainda abaixo das perdas de 2020 causadas pela pandemia. “Na verdade, mesmo antes da pandemia, o Brasil não apresentava um cenário tão favorável e a perspectiva de crescimento era de, aproximadamente, 2% para 2020. Com a pandemia, esse número caiu para -6%”, disse.

A economista pontuou que a crise afetou os setores de forma heterógena e, da mesma forma, a recuperação deve ser heterogênea. “A grande questão é como os setores vão conseguir se adaptar e absorver a mão-de-obra que está abundante, além de como reagir às mudanças estruturais que ocorreram na sociedade a partir da pandemia”, concluiu.

Fonte: Sebrae
Núbia Cristina, 07.AGOSTO.2020 | Postado em Notícias
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