Pesquisas revelam que mulheres abandonaram a rotina de exames e consultas para diagnóstico do câncer de mama

Um levantamento feito pela Fundação do Câncer, com base nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS), indicou queda de 84% nas mamografias feitas no Brasil durante a pandemia da Covid-19, em comparação com o mesmo período do ano passado. Por isso, vale a pena destacar ainda mais a importância da prevenção do câncer de mama durante o mês de outubro.
 
Já a pesquisa "Câncer de mama: o cuidado com a saúde durante a quarentena" apontou que a pandemia fez com que 62% das mulheres parassem de ir ao ginecologista ou ao mastologista. Esse percentual chegou a 73% entre as que têm 60 anos ou mais, grupo de risco para desenvolver a forma grave da Covid-19. As mulheres entrevistadas afirmam que vão esperar o fim da pandemia para retomar as consultas médicas e fazer exames como a mamografia, que permite detectar precocemente o câncer de mama.
 
Clarissa Mathias, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB) – Oncoclínicas, parceiro da Central Nacional Unimed no cuidado oncológico, alerta para o risco que essas pesquisas revelam e para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.
 
“O adiamento dos exames de rastreamento pode representar um aumento de casos de diagnóstico tardio da doença.  Toda mulher com mais de 40 anos ou com histórico familiar de câncer de mama deve fazer a mamografia anual, pois o diagnóstico do câncer em sua fase inicial é decisivo e pode salvar vidas”, declara a especialista.
Participaram da pesquisa 1.400 mulheres, a partir dos 20 anos de idade, das classes A, B e C e residentes na cidade de São Paulo, no Distrito Federal e nas regiões metropolitanas de Belém, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife. O levantamento foi realizado pelo IBOPE, a pedido da empresa farmacêutica Pfizer, entre os dias 11 a 20 de setembro, via plataforma online.
 
Outubro Rosa
Entre as mulheres, o câncer de mama é o que causa mais mortalidade, sendo também o mais comum depois do câncer de pele. A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) é que, em 2020, sejam diagnosticados 66.280 novos casos e ocorram cerca de 17 mil óbitos.
 
“O câncer de mama é o de maior incidência entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do câncer de pele não-melanoma, e o diagnóstico precoce pode significar 95% ou mais de chance de cura, além de permitir um tratamento menos invasivo para a paciente”, ressalta Clarissa Mathias.
 
Há mais de 20 anos, a campanha Outubro Rosa promove a conscientização sobre a doença. Apesar disso, a desinformação sobre o câncer de mama ainda é a principal barreira a ser superada, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em 2019.
 
É possível evitar o câncer de mama?
Não existe uma receita infalível, mas estima-se que cerca de 30% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como: manter o peso adequado, alimentação equilibrada e prática regular de atividades físicas.
 
Amamentação e redução (conversada com médico) do uso de hormônios sintéticos, como pílulas anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal, ajudam a reduzir os riscos de desenvolver a doença.
 
Independentemente da idade, é fundamental a mulher estar atenta ao próprio corpo para reconhecer suas variações naturais e identificar alterações suspeitas. Esse autoconhecimento, aliado a visitas regulares ao médico, ajuda no diagnóstico precoce e aumenta as chances de sucesso de um eventual tratamento.
Núbia Cristina, 17.OUTUBRO.2020 | Postado em Notícias
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