A queda foi menor do que a estimativa

A pandemia de Covid-19 afetou o mercado automotivo, mas, no final das contas, o estrago foi menor do que o previsto. No auge da crise, quando as fábricas foram fechadas e a rede concessionária em todo o Brasil teve de aderir aos protocolos de segurança dos governos municipais, as projeções das principais entidades empresariais do setor eram catastróficas.

Em julho, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) estimou que o mercado encolheria 35,8% em 2020. Em outubro, a previsão foi revisada para uma baixa de 25,3%. Entretanto, o mês de dezembro registrou o maior volume de emplacamentos de veículos de todo o ano de 2020. Segundo apuração considerando todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos), foram emplacadas 363.163 unidades em dezembro, contra 334.349 veículos, no mês anterior, numa alta de 8,62%.

Porém, no acumulado do ano, houve queda de 21,63% (3.162.851 unidades contra 4.036.046 registradas em 2019). Corte nas taxas de juros, boas condições de financiamento, reação das fábricas e revendas, com estratégias de vendas online e marketing digital, são alguns fatores que determinaram a recuperação e seguem impulsionando vendas.

O novo comportamento do consumidor, que passou a enxergar o risco de contaminação pelo coronavírus ao utilizar o transporte público ou por aplicativo, também teve impacto positivo nas vendas, em especial de veículos seminovos e usados maduros. Esse setor segue em alta nos primeiros meses de 2021. Mas os preços estão muito altos e falta produto pra vender.

As montadoras tiveram problemas com falta de peças e componentes. As regras para manter o isolamento social e os protocolos sanitários nas fábricas criaram problemas em relação à produtividade. Foi pior para o segmento de duas rodas. As revendas de motos ainda não conseguem atender à demanda dos consumidores, por falta de produto para pronta entrega.

Apesar dos desafios, o legado de 2020 é a evolução exponencial da tecnologia digital, colocada a serviço do impulsionamento de vendas. As novas práticas de prevenção de contágio também. Em 2021 o aprendizado continua.

*Texto da coluna Auto Brasil, publicada todas as quartas-feiras, no caderno A Tarde Autos, do jornal A Tarde, da qual a jornalista Núbia Cristina é editora.
 
Núbia Cristina, 20.JANEIRO.2021 | Postado em Notícias
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