Queda nas vendas de motos e de automóveis

O ano de 2021 chega com ímpeto desafiador e, ao que parece, vai testar ao máximo a resiliência do setor automotivo e do segmento de duas rodas. As vendas de veículos caíram no primeiro mês do ano e o balanço da comercialização de motos foi negativo, em relação ao mesmo mês de 2019. Neste momento, a indústria sente o baque da queda na produção, afetada pelos protocolos de controle da segunda onda da pandemia de Covid-19.

Os emplacamentos de veículos novos, considerando todos os segmentos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros) somaram 274.093 unidades, o que representa uma baixa de 8,16% na comparação com janeiro do ano passado (298.459 unidades). Na comparação com dezembro de 2020 (363.142 unidades), o resultado também foi de retração ainda maior, de 24,52%.

Os números foram divulgados ontem pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que apontou alguns fatores responsáveis pela desaceleração. As montadoras enfrentam dificuldades em relação ao fornecimento de peças e componentes. Gargalo que foi intensificado e m janeiro, diminuindo ainda mais a oferta de produtos.

A escassez de estoques teve seus reflexos na ponta, e as revendas viram as filas de espera aumentar. O setor de seminovos vive o mesmo cenário: a demanda por alguns modelos tem sido maior que a procura, provocando aumento nos preços.

Em janeiro de 2021, o mercado de motocicletas somou 85.839 unidades, o que significa uma baixa de 6,38% sobre janeiro de 2020, quando foram emplacadas 91.691 motos. Houve, também, queda de 13,14% sobre dezembro passado (98.829 unidades). O resultado reflete a paralisação por cerca de 10 dias das fábricas de Manaus, além da falta de peças e componentes. O estoque de motos nas revendas é muito baixo e para alguns modelos a espera chega a 60 dias.

A demanda segue alta, a moto é alternativa de transporte pessoal e de carga. A procura por motos usadas também é grande. Mas há desafios a superar para a tão almejada recuperação. Na verdade, 2021 é para os fortes.

*Texto da coluna Auto Brasil, publicada todas as quartas-feiras, no caderno A Tarde Autos, do jornal A Tarde, da qual a jornalista Núbia Cristina é editora.
Núbia Cristina, 10.FEVEREIRO.2021 | Postado em Notícias
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