Anfavea defende desoneração fiscal

O anúncio do fechamento das fábricas da Ford no Brasil gerou críticas aos incentivos fiscais concedidos à indústria automotiva. Diante da notícia ruim, surgiram questionamentos ao setor e a ideia de que esse segmento, ao longo da história, teria se beneficiado de políticas de desoneração fiscal do governo, mas não geraria, na mesma medida, as devidas contrapartidas para a sociedade. Um estudo apresentado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), com base em dados oficiais, rebate essas críticas.

O estudo mostra que o setor automotivo não é um dos mais protegidos do país, mas ao contrário. Enquanto a desoneração fiscal sobre arrecadação tributária de todos os setores econômicos no país foi de 18% na última década, para o setor automotivo foi de 8%.

O estudo também apontou que o segmento apresentou a melhor relação entre todos os setores da economia, com R$ 11,1 arrecadados para cada R$ 1 desonerado pelo governo, sempre levando em conta dados coletados pela Receita Federal do Brasil (RFB).

De acordo com a Anfavea, a desoneração tem o papel de minimizar efeitos da alta carga tributária de 44% sobre o preço do automóvel, o dobro do praticado na maioria dos países da Europa e mais que isso para casos como Japão e EUA.

Exemplo de contrapartida é o investimento no programa Inovar-Auto (2013 a 2017), que melhorou a eficiência energética de todos os motores de carros nacionais. A desoneração tributária de R$ 6,8 bilhões no período de 5 anos resultou em uma

economia anual de R$ 7 bilhões em combustíveis aos donos desses novos veículos, e ainda a redução das emissões de CO2 em 2 milhões de toneladas por ano.

A elevação do padrão tecnológico no período proporcionou aumento de competitividade internacional, acesso a novos mercados e contribuiu para elevar as exportações de 443 mil (2012) para 766 mil unidades (2017). Incentivos fiscais são atrelados a investimentos em P&D e geração de empregos de qualidade. A Anfavea afirmou que a indústria é muito tributada, tem pouco incentivo, ao tempo em que gera retorno para a sociedade.

*Texto da coluna Auto Brasil, publicada todas as quartas-feiras, no caderno A Tarde Autos, do jornal A Tarde, da qual a jornalista Núbia Cristina é editora.
Núbia Cristina, 17.FEVEREIRO.2021 | Postado em Notícias
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