Diva do automobilismo: inspiração ontem e hoje

A italiana Maria Teresa de Filippis, primeira mulher a disputar uma corrida de Fórmula 1, deixou sua marca na história do automobilismo. Seu exemplo de coragem, ousadia e determinação merece ser lembrado hoje, quando ainda há celebrações pelo Dia Internacional da Mulher, em um momento em que a humanidade, mais do que nunca, precisa de inspiração para superar gigantescos desafios.

Aos 22 anos, Maria Teresa ingressou no masculino mundo do automobilismo, para responder a uma provocação dos seus irmãos, que apostaram que ela não conseguiria ser mais rápida que os homens, em uma prova de subida de montanha. Aceito o desafio, ela disputou e venceu. Sua primeira corrida foi em 1948, os 10 quilômetros entre Salerno e Cava de’Tirreni, foi vencedora na categoria de 500 cc.

Seguiu firme em sua trajetória, subiu da categoria inicial para os 750 cc e as vitórias continuaram. Em 1958, foi vice-campeã no campeonato italiano, o que lhe rendeu o convite da Maserati para disputar corridas pela equipe. No mesmo ano, entrou para a história do automobilismo, ao se tornar a primeira mulher a disputar uma corrida do Mundial de Fórmula 1. Aos 31 anos, pilotando um Maserati 250F, Maria Teresa correu no Grande Prêmio da Bélgica, em 1958.

Sua melhor atuação foi na segunda corrida, também na Bélgica, em 1958, quando largou na 15ª posição e terminou na décima. Foi vítima de um episódio emblemático de discriminação por gênero. Impedida de disputar o Grande Prêmio da França de 1958, por ser mulher.

Na época, o então diretor de provas, Toto Roche, foi à conferência de imprensa, mostrou uma fotografia dela e afirmou que “uma jovem tão bonita como aquela não deveria usar nenhum capacete a não ser o secador do cabeleireiro”.

Maria Teresa deixou as pistas em 1959, casou-se e teve uma filha no ano seguinte; teve dois netos. Em 1979, passou a fazer parte do International Club of Former F1 Grand Prix Drivers (Clube Internacional de Ex-Pilotos de Fórmula 1), do qual foi vice-presidente. Faleceu em 2016 e inspira mulheres até hoje.


*Texto da coluna Auto Brasil, publicada todas as quartas-feiras, no caderno A Tarde Autos, do jornal A Tarde, da qual a jornalista Núbia Cristina é editora.
 
Núbia Cristina, 10.MARÇO.2021 | Postado em Notícias
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