Seis lições sobre geração de renda para mulheres

As mulheres já são quase 50% da população de empreendedores do país, conforme o GEM (Global Entrepreneurship Monitor). Esse número foi impulsionado pela pandemia já que, diante da falta de emprego, um quarto delas começaram um pequeno negócio durante esse período, segundo a pesquisa IRME 2021.

Ou seja, nem tudo são flores. Algumas começam com apoio da família ou com a poupança guardada, e outras fazem parte das 47% de mulheres que tiveram um empréstimo negado neste momento de crise (IRME, 2021). Tem gente que surfa essa “onda”, ainda assim não consegue chegar à praia. Por isso, saber o que fazer e onde encontrar apoio pode ser o diferencial para um negócio nascente ou enfrentando dificuldades.

Reúno neste texto alguns aprendizados que a RME acumulou nestes quase 12 anos apoiando mulheres a terem autonomia em suas vidas e negócios, compilados em seis lições:
  1. Precisamos nos unir: O primeiro aprendizado que levou à fundação da RME, em 2010, foi entender que todas temos dúvidas, mas todas também temos muito conhecimento e empatia para compartilhar e ajudar. O que nasceu como um blog para compartilhar dores e soluções, hoje já se espalhou no formato de mentorias, grupos de trocas no Facebook, encontros de networking. O importante é saber: empreendedora você não está sozinha. Estende o braço, conversa e compartilha, tem sempre uma mana para te ouvir.
  2. De mulher para mulher: Em outro artigo nesta coluna, já falei sobre o círculo virtuoso da empreendedora e a importância de estar com alguém que entenda suas necessidades. Não é à toa que a RME prioriza ter mulheres à frente, da liderança ao dia a dia, em sua interação e ações com empreendedoras.
  3. Não há fórmula mágica: No mundo empreendedor, feminino e masculino, muito se vende a fórmula mágica. “Se você quiser você fica milionário em sete dias” dizem alguns. Ninguém conta que pode vir uma crise mundial e fechar sua loja um mês após tê-la aberto. Ou que 79% das empreendedoras sentem que os cuidados com casa e filhos pesam mais para elas (IRME, 2021). Aprendemos que devemos trabalhar a jornada dessa empreendedora, sem mitos ou promessas vazias. Ao mesmo tempo, produzir dados para mudar políticas públicas e levar conscientização sobre os desafios desse caminho.
  4. Mulheres também inovam: Desde 2014 participando, apoiando ou realizando programas e eventos de aceleração de terceiros ou próprios, já percebemos que falar de inovação passa por falar de negócio de mulher. Impulsionar e apoiar esses negócios também é inovação!
  5. Da vendedora de bolo de Manaus à executiva da Faria Lima: Geração de renda, autonomia para mulher, empreendedorismo feminino: de quem mesmo estamos falando? Sim, estamos falando da startup tecnológica, falamos da Luiza Trajano, falamos da intraempreendedora da grande empresa e falamos da Márcia, cabeleireira e trancista de Ribeirão Preto que não planejou e quando viu já tinha seu espaço próprio. Falamos de quem trabalha todo dia, para pagar suas contas e de sua família. Cada uma a seu modo, com suas próprias necessidades, e com soluções para cada uma delas.
  6. Ela precisa de dinheiro e independência: Não poderia finalizar sem falar que o objetivo final é sempre contribuir para que as mulheres tenham autonomia. Autonomia não só para flexibilizar sua agenda ou escolher a cor do batom, também para sair de relacionamentos abusivos, como foi o caso de 48% das empreendedoras que já sofreram alguma violência (IRME, 2021).

Seja você uma empreendedora, uma intraempreendedora, alguém com um sonho ou necessidade, ou apenas um curioso. Entender os pontos acima é um primeiro passo, sem esquecer que poderá sempre contar com muito apoio para ir adiante. Estamos aqui!

Fonte: Exame
Núbia Cristina, 23.DEZEMBRO.2021 | Postado em Notícias
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